segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O Monstro da Depressão

Raquel Rocha
Economista, Comunicóloga, Psicanalista e Especialista em Saúde Mental
Membro da Academia de Letras de Itabuna


A Organização Mundial de Saúde define depressão como um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimento de culpa e baixa autoestima. Além dos sintomas da depressão em si o paciente costuma apresentar também distúrbios do sono ou do apetite. O primeiro pode acarretar sensação de cansaço e dificuldade de concentração.

A depressão pode ser resultado de uma desarmonia no cérebro devido a uma diminuição na quantidade de neurotransmissores como a serotonina noradrenalina. Essa desarmonia pode ser causada por fatores biológicos, psicológicos  e/ou ambientais.

O tratamento pode ser medicamentoso ou psicoterapêutico. Ou ambos dependendo do caso. João Fernandes Teixeira- PHD pela University of Essex (Inglaterra) aponta os benefícios do tratamento terapêutico: “Estudos recentes mostraram que a Psicoterapia altera de maneira significativa o funcionamento e as conexões cerebrais. Constata-se uma mudança no fluxo sanguíneo do sistema límbico e que, em alguns casos, quando está associada a medicação, o aumento do fluxo sanguíneo chega também aos gânglios basais. A ressonância magnética funcional e a tomografia axial mostram que no caso de pacientes que sofrem de depressão, a terapia opera mudanças no córtex frontal, no córtex cingulado anterior e no hipocampo. Uma reorganização da conectividade cerebral ocorre após a psicoterapia. Psicanálise, Psicoterapia e Neurociência convergem quando adotamos uma perspectiva naturalista acerca do mental” Artigo Psicanálise e Neurociência 0 Revista Filosofia, n 50.

A Depressão é uma doença grave que leva o indivíduo ao sofrimento extremo. É a maior causa de suicídio no mundo. Nunca deve ser subjugada nem escondida. Mas com o tratamento adequado a Depressão pode diminuir ou até desaparecer por completo. 

O vídeo abaixo, feito pela OMS, mostra como o transtorno se instala, se torna um monstro e toma conta da vida do indivíduo.  Mas sempre é possível vencer esse monstro.

Por favor leve essa mensagem adiante.




O Vídeo foi uma contribuição da pedagoga Simone Caetano

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Por um Brasil de Bicicletas


Raquel Rocha
Economista, Comunicóloga, Psicanalista e Especialista em Saúde Mental
Membro da Academia de Letras de Itabuna

Foto: FGV

Não tenho bicicleta. Há mais de 15 anos não ando de bicicleta (nem na academia). Mas gostaria muito de andar de bicicleta, ir a lugares próximos, fazer um passeio no domingo com a família toda, cada um em sua bike, pedalar por parques, avenidas. É quase um sonho. Já vi essa rotina em vários países e fiquei encantada.

Infelizmente ainda não é possível fazer isso em minha cidade, por falta de segurança e consciência da população. Admiro os amigos (todos homens) que começaram a adotar as bikes, mais para o laser do que para a rotina. Um deles foi atropelado por um carro (sem ferimentos graves) outro teve sua magrela roubada, mas mesmo assim vejo as pessoas cada vez mais pensando em comprar uma bicicleta e fico apostando na vitória desse meio de transporte.

Os benefícios são inúmeros, começando pela saúde, maior resistência cardiovascular, ganho de massa magra, oxigena o cérebro e emagrece. Nas cidades que adotaram a bike como seu principal meio de transporte o índice de obesidade e problemas cardíacos diminuiu consideravelmente.

É sustentável, não polui. É o veículo mais eficiente já inventado levando em conta a energia empregada e o resultado obtido. Se a preocupação não for com o planeta pode-se pensar no bolso, com a magrela não há custo com combustível, seguro, IPVA, estacionamento. A manutenção é muito barata e elas duram anos e anos. Claro que nossa bicicleta é uma das mais caras do mundo, 54% mais cara que nos EUA por exemplo. E nosso poder aquisitivos é bem menor. Mas mesmo com essa esculhambação (tudo no Brasil é mais caro) ter uma bike ainda é infinitamente mais barato que ter um automóvel.

Também é mais seguro: dificilmente uma colisão entre duas bicicletas ou um atropelamento de pedestre será fatal para os envolvidos. Bem diferente dos carros pois segundo a OMS o Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito.

Não podemos esquecer: Menos congestionamento, já que uma bicicleta ocupa menor espaço nas ruas das cidades. E nem adianta argumentar que no carro cabem mais pessoas porque o que vemos no trânsito das grandes cidades, na maioria das vezes, são motoristas sozinhos dentro do veículo.

Claro que existem exceções, crianças pequenas, idosos debilitados, deficientes físicos e é pensando neles que precisaríamos deixar o trânsito mais livre, o ar mais limpo, a cidade menos barulhenta e paisagem mais clara.

Parece utópico mas não é. Num país como o Brasil, onde o combustível é muito mais caro que em outros países, onde o carro é mais caro, um país no qual a população está cada vez mais obesa, onde a sociedade vive estrangulada com as contas do mês, onde temos um clima maravilhoso para sair pedalando, nós só precisamos de ações governamentais: ciclovias, ciclo-faixas e campanhas de conscientização.

Eu não entendo como os governantes não enxergam todos os benefícios da adoção da bicicleta, mesmo como veículo alternativo: menos gasto com saúde, menos gasto com manutenção de ruas e avenidas. Mas enfim, há muitas coisas que não entendo em nossos governantes.

 Não tenho bicicleta. Há mais de 15 anos não ando de bicicleta. Mas gostaria muito de andar de bicicleta. Espero ansiosamente pelo dia em que as cidades ofereçam condições mínimas para que eu possa sair pedalando com minhas crianças. Não sou celebridade (Obama e Schwarzennegge estão na campanha!), não tenho cargo público, nem poder de mudança. A única coisa que posso fazer é parar para escrever esse texto, na esperança que textos, e vozes, opiniões e cobranças da própria população,  possam colocar o nosso Brasil em cima desse veículo que tem mais de 2.500 anos de idade e continua mais atual do que nunca.



Imagem: http://crocomila.blogspot.com.br/

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Robin Williams- Meus filmes preferidos


Raquel Rocha
Economista, Comunicóloga, Psicanalista e Especialista em Saúde Mental
Membro da Academia de Letras de Itabuna


Morreu nesta segunda-feira, 11 de agosto de 2014, o ator americano Robin Williams. Ele tinha 63 anos.  Forte, sútil, vilão, herói, emocionava a todos com uma interpretações carismáticas que marcaram a nossas vidas.

Foi uma criança tímida. Sua primeira imitação foi de sua avó. Entrou para o teatro da escola para vencer a timidez e seu talento fez com que ele fosse  admitido para a Juilliard School, renomada escola de música e artes cênicas de Nova York. Nesta escola ele conheceu o Christopher Reeve de quem se tornou grande amigo por toda vida.

No final da década de 1970 já famoso Robin Williams se vicia em cocaína. Disse ter superado o vício em 1983 ano do nascimento do seu filho mas em 2006  ele tem uma recaída e se interna em uma clínica de reabilitação. Além da cocaína o ator também tinha problemas com álcool.

Se dedicou a diversas causas beneficente. Junto com sua esposa fundou uma organização filantrópica que arrecada fundos para diversas instituições de caridade.  Mas seu maior exemplo de humanidade nasceu da sua amizade com o colega Christopher Reeve. Paraplégico após acidente com um cavalo em 1995, o ator pode contar com a ajuda do amigo em suas horas mais difíceis, inclusive arcando os custos hospitalares do seu tratamento. Após seu falecimento em 2004 e de sua esposa em 2006, Robin Williams adotou o único filho do casal: William Reeve.

Além do vício em álcool e drogas o ator lutava também contra a depressão. No início de julho deste ano (2014) buscou ajuda mais uma vez em outra clínica de reabilitação. Robin Williams, no cinema, foi radialista, médico, professor, gênio, babá, psicanalista, androide e até alienígena. Mas na vida real foi um lutador, lutou pela sua recuperação, lutou pelos seus amigos, pela sua família, lutou por quem não tinha nada. Que sua vida não fique marcada por um único momento de desistência que o tirou de nós.

Ao todo, estrelou mais de 70 filmes, vou citar aqui alguns entre os meus preferidos:

1- Awekenings- Tempo de Despertar (1990)
2- Insomnia - Insônia (2002)
3- Dead Poets Society - Sociedade dos Poetas Mortos (1989)
4- Bicentennial Man- O Homem Bicentenário (1999)
5- What Dreams May Come - Amor além da Vida (1998)
6-  Anjo de Vidro (2004)
7- Good Will Hunting- Gênio Indomável (1998).
8- Patch Adams (1998)

Goodbye my captain



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