segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Still Alice (2014)

 Raquel Rocha
Economista, Comunicóloga, Psicanalista e Especialista em Saúde Mental
Membro da Academia de Letras de Itabuna


Alice tem 50 anos, é uma renomada professora de linguística e autora de diversos livros. É casada e tem três filhos. Uma mulher firme, bonita, inteligente e bem-sucedida, cujo mundo vai desmoronar no decorrer da trama.

Tudo começa quando, em uma palestra, ela tem um branco e não consegue lembrar uma palavra. Pouco tempo depois ela sai para uma corrida e se perde. Preocupada, Alice vai ao médico e após exames é diagnosticada com Alzheimer precoce. Será que você consegue imaginar como essa mulher ativa, no auge de sua carreira se sente ao saber que perderá todas as suas memórias e sua capacidades?

O filme mostra a progressão da doença, os pequenos esquecimentos de Élice, o assunto da aula, a receita de um pudim, a namorada do seu filho... E depois os grandes esquecimentos, como quem é sua própria sua filha.

Quase sempre nos deparamos com o mal de Alzheimer pelo ponto de vista de terceiros, pelo ponto de vista de quem acompanha um parente piorando dia após dia. Mas nesse filme acompanhamos a dor pelo pelo ângulo de quem está perdendo o contato com o mundo. E é desesperador imaginar-se na situação de Élice, perdendo suas suas lembras, seu raciocínio, perdendo a si mesma.

A cena mais bela do filme é um discurso que ela faz em um congresso sobre Alzheime, suas memórias estão se esvaindo, ela precisa usar um marcador de texto para saber quais palavras do seu discurso ela já leu.  Abaixo segue  o discurso 

“A poetisa Elisabeth Bishop escreveu: ‘A arte de perder não é nenhum mistério; tantas coisas contêm em si o acidente de perdê-las, que perder não é nada sério’. Eu não sou uma poetisa. Sou uma pessoa vivendo no estágio inicial de Alzheimer. E assim sendo, estou aprendendo a arte de perder todos os dias. Perdendo meus modos, perdendo objetos, perdendo sono e, acima de tudo, perdendo memórias.

Toda a minha vida eu acumulei lembranças. Elas se tornaram meus bens mais preciosos. A noite que conheci meu marido, a primeira vez que segurei meu livro em minhas mãos, ter filhos, fazer amigos, viajar pelo mundo. Tudo que acumulei na vida, tudo que trabalhei tanto para conquistar, agora tudo isso está sendo levado embora. Como podem imaginar, ou como vocês sabem, isso é o inferno. Mas fica pior.

Quem nos leva a sério quando estamos tão diferentes do que éramos? Nosso comportamento estranho e fala confusa mudam a percepção que os outros têm de nós e a nossa percepção de nós mesmos. Tornamo-nos ridículos. Incapazes. Cômicos. Mas isso não é quem nós somos. Isso é a nossa doença. E como qualquer doença, tem uma causa, uma progressão, e pode ter uma cura. Meu maior desejo é que meus filhos, nossos filhos, a próxima geração não tenha que enfrentar o que estou enfrentando. Mas, por enquanto, ainda estou viva. Eu sei que estou viva. Tenho pessoas que amo profundamente, tenho coisas que quero fazer com a minha vida. Eu fui dura comigo mesma por não ser capaz de lembrar das coisas. Mas ainda tenho momentos de pura felicidade. E, por favor, não pensem que estou sofrendo. Não estou sofrendo. Estou lutando. Lutando para fazer parte das coisas, para continuar conectada com quem eu fui um dia. 

Então, viva o momento’, é o que digo para mim mesma. É tudo que posso fazer. Viver o momento. E não me culpar tanto por dominar a arte de perder. Uma coisa que vou tentar guardar é a memória de falar aqui hoje. Irá embora, eu sei que irá. Talvez possa desaparecer amanhã. Mas significa muito estar falando aqui hoje. Como meu antigo eu, ambicioso, que era tão fascinado em comunicação. Obrigada por essa oportunidade. Significa muito para mim. "

Maravilhosa interpretação de Julianne Moore, que ganhou merecidamente o Globo de Ouro, BAFTA o Oscar... no total quase 30 prêmios por sua atuação.

Still Alice  é um filme para assistir, para pensar e para mudar nosso modo de ver o mal de Alzhaimer. O filme esbanja sensibilidade. Vale a pena ver essa obra! 



Citações, Frases, Quotes

“Quando eu era bem nova, na segunda série, minha professora falou que borboletas não vivem muito, algo em torno de um mês, e fiquei tão chateada. Fui para casa e contei para a mamãe. E ela disse: ‘É verdade. Mas elas tem uma linda vida’. E isso me faz pensar na vida da minha mãe, na da minha irmã. E, de certa forma, na minha vida.”
(Still Alice)








quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Livro: FEIOS (2005)


Raquel Rocha
Economista, Comunicóloga, Psicanalista e Especialista em Saúde Mental
Membro da Academia de Letras de Itabuna



Uglies de Scott Westerfeld, lançando em 2005. Em um futuro distante, a sociedade se divide entre Feios e Perfeitos. E o “Normal” é Feio.

Cada feio quando completa 16 anos ganha uma cirurgia para se tornar “perfeitos”. Isto é, esticar os ossos, modificar a visão tornando-a perfeita. Os perfeitos têm olhos grandes e bocas carnudas, pele macia como de um bebê e visão perfeita.

Tally Youngblood, que tem 15 anos, está ansiosa para sua cirurgia. Peris, seu melhor amigo, realizou o procedimento e se mudou de Vila Feia para Nova Perfeição. Numa tentativa de visita clandestina à Nova Pereição, onde moram os perfeitos, Tally é descoberta e ao fugir, encontra uma outra feia chamada Shai, que também estava bisbilhotando por lá. Elas se tornam amigas e descobrem que ambas se tornarão “Perfeitas” no mesmo dia.

Só que Shai não está tão animada para se tornar perfeita e resolve fugir para a Fumaça.
A Fumaça é um lugar onde um grupo de pessoas que decidem viver como feios, realizando trabalhos manuais. Tally se nega a ir, mas Shai deixa pistas de como encontrá-la. No tão esperado dia da cirurgia de Tally, colocam uma condição para Tally: ela só poderia fazer a cirurgia e se tornar perfeita se encontrasse a Fumaça e revela para eles.

O livro mostra a beleza como prioridade absoluta. A história se passa em um futuro distante, mas a gente se pergunta: Será que já não estamos vivendo um pouco assim? Essa obsessão da sociedade pela beleza, pelas cirurgias, pelo botox, pelos preenchimentos.

E aí vão ficando todos cada vez mais iguais, lábios carnudos, seios volumosos, sobrancelhas arqueadas, nariz fino, sorrisos congelados, testas que se mexem de jeito nenhum. As pessoas não aceitam mais os defeitos, os fios de cabelos brancos, as pequenas ruguinhas, a gordurinha. Todo mundo quer ser perfeito, custe o que custar, deixam de estudar, viajar, comprar livros, deixam de fazer qualquer coisa para pagar as caríssimas melhorias, arriscam a vida, arriscam a própria personalidade.

Uma coisa é cuidar de si mesmo com carinho, outra coisa é essa obsessão pela perfeição que estamos vivendo.
Não, esse futuro não é distante.
Fica a dica de livro e a reflexão: Ser perfeito deve ser muito chato!



Trechos, Frases, Citações

"A natureza, afinal, não precisava de uma operação para ficar linda. Ela simplesmente era. "




domingo, 23 de agosto de 2015

Livro: O Menino do Dedo Verde (1957)






Raquel Rocha
Economista, Comunicóloga, Psicanalista e 
Especialista em Saúde Mental
Membro da Academia de Letras de Itabuna



Do escritor francês Maurice Druon. É o único livro fictício do autor e também o único com  linguagem infantil que o autor escreveu. Apesar da linguagem infantil, este é um livro que parece ter sido escrito para adultos.  A nota à edição escrita pelo tradutor Dom Marcos Barbosa fala exatamente sobre isso.

"Pois certas obras não transcendem apenas as fronteiras dos países, mas também as fronteiras das idades: disfarçando a profundidade de suas mensagens na singeleza de um livro para crianças, dirigem-se realmente aos adultos. Só eles compreenderão mil coisas ditas entre as linhas ou sugeridas por vários símbolos."

Por sinal, Dom Marcos Barbosa foi também o tradutor de O Pequeno Príncipe. E são livros bem parecidos; ambos trazem a sabedoria na inocência de uma criança mas cada um com sua grandeza.

O livro conta a história de Tisto, um menino rico, bonito, com pais maravilhosos. Ele tinha sorte, seu pai era dono da maior fábrica de canhões do mundo. Tisto foi criado em meio ao luxo, numa casa maravilhosa cheia de criados. O livro tem uma linguagem infantil, inquieta, inocente: ele descreve os personagens de uma forma toda particular.

Apesar de ter tudo, Tisto era uma criança diferente das outras e essa diferença ficou perceptível no dia em que Tisto entrou para a escola. O menino simplesmente não conseguia assistir as aulas e por mais que tentasse sempre acabava dormindo. Tirou vários zeros e foi expulso da escola. Nesse momento da expulsão de Tisto nós nos deparamos com um dos mais belos trechos da obra:

“A preocupação é uma ideia triste que nos comprime a cabeça ao despertar e permanece ali o dia todo. A preocupação se serve de qualquer meio para penetrar nos quartos; ela se insinua como o vento no meio das folhas, monta a cavalo na voz dos pássaros, desliza pelos fios da campainha.”

Depois de muita preocupação com a expulsão de Tisto, seus pais resolvem aplicar um novo método de educação que seria o aprendizado através da observação do mundo.

Tisto descobre então, que o mundo fora dos muros da sua mansão que brilha não é tão perfeito. Uma das pessoas escolhidas para apresentar o mundo a Tisto é o velho jardineiro da mansão e é ele quem descobre que Tisto tem o dedo verde.

Eu tenho um carinho todo especial por esse livro porque meu professor de Literatura falava muito dele. Numa cidade pequena que não tinha livrarias, numa época que não tinha internet, era quase impossível encontrá-lo. Fiquei com vontade de lê-lo até que um dia, em uma das tardes em que eu me refugiava na biblioteca, encontrei acidentalmente um exemplar empoeirado dele. Estava perdido numa prateleira, sem ser emprestado havia anos. E quando encontrei esse livro, era como se eu tivesse encontrado o mais valioso tesouro do mundo.

Dedico esta resenha, que é mais uma declaração de amor, ao meu professor de literatura Jalon Leal, o qual, um dia, me falou sobre esse livro pela primeira vez.



Trechos, Frases, Citações

“ — Então, Tistu — perguntou ele— que foi que você aprendeu? Que sabe de medicina?
  — Aprendi — respondeu Tistu — que a medicina não pode quase nada contra um coração muito triste. Aprendi que para a gente sarar é preciso ter vontade de viver. Doutor, será que não existem pílulas de esperança?O Dr. Milmales ficou espantado com tanta sabedoria num garoto tão pequeno.—Você aprendeu sozinho a primeira coisa que um médico deve saber.
   — E qual é a segunda, Doutor?
  — É que para cuidar direito dos homens é preciso amá-los bastante"

 (Livro: O Menino do Dedo Verde de Maurice Druon)


 "Chora, Tistu, chora. É preciso. As pessoas grandes não querem chorar, e fazem mal, porque as lágrimas gelam dentro delas, e o coração fica duro.”

 (Livro: O Menino do Dedo Verde de Maurice Druon)


“— Tistu, não se distraia! Que é a ordem? — perguntou o Sr.Trovões em tom severo.
  — A ordem? É quando a gente está contente — respondeu Tistu.
Hum, hum!" resmungou o Sr. Trovões, e suas orelhas ficaram mais vermelhas que de costume.
 — Eu já reparei — prosseguiu Tistu sem se intimidar — que o meu pônei Ginástico, por   exemplo, quando está bem alimentado, bem penteado e tem a crina trançada com papel de chocolate, se mostra muito mais contente que quando está coberto de lama. E sei também que o jardineiro Bigode sorri para as árvores que estão bem podadas. A ordem não é isso?"

 (Livro: O Menino do Dedo Verde de Maurice Druon)


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Como estrelas na Terra, 2007






Raquel Rocha
Economista, Comunicóloga, Psicanalista e Especialista em Saúde Mental
Membro da Academia de Letras de Itabuna



Taare Zameen Par, filme indiano de 2007, dirigido por Aamir Khan.  No Brasil: Como estrelas na Terra.

Ishaan é um menino de 9 anos diferente das outras crianças.  Ele não tem amigos.  Não consegue aprender a ler ou escrever. Na verdade o menino não faz “nada” direito: Não levanta na hora, se distrai durante banho, sequer amarra seu cadarço. Está repetindo o terceiro ano e tudo indica que ele será reprovado de novo. É rebelde, desobediente, enfrenta os meninos na rua, enfrenta seus pais.  Brinca em horas sérias, desenha em vez de estudar.

Na escola é frequentemente colocado de castigo, chamado de burro e desatencioso. Os colegas riem da sua falta de capacidade em responder questões simples. Ishaan não faz as tarefas de casa, não mostra as provas para os pais.  Estar na escola é terrível para ele e Ishaan começa a faltar aulas para ir para a rua.

Seus pais já não sabem o que fazer com Ishaan que é o contrário do seu irmão, Yohaan, o melhor da sua classe.  A mãe é carinhosa, mas está esgotada. O pai também não aguenta mais ameaçar e bater no menino e decide manda-lo para um rígido colégio interno. A escola tem fama de “domar cavalos selvagens”.

Lá o garoto precisa lidar com punições ainda mais severas além de se sentir sozinho, abandonado pelos pais. Ishaan é domado.

Começa a se isolar, como um animalzinho acuado, não é mais rebelde, já não desenha, não ri. Apenas se arrasta pela escola como a criança mais fracassada do mundo. Não fica feliz nem com a visita de seus pais e do seu irmão. Apático, de cabeça baixa, indiferente a tudo. Ishaan é tratado (e se sente) como o pior entre os piores.

Um professor temporário, Ninkumbk, começa a dar aulas na escola e ele é diferente de tudo o que as crianças já viram. É engraçado, divertido, canta, dança e toca flauta.  É esse professor que vê em Ishaan o que mais ninguém viu. O menino tem Dislexia.

E então tudo começa a fazer sentido, as desatenções de Ishaan, seu mau comportamento, suas dificuldades. A Dislexia é um transtorno genético da linguagem caraterizada pela dificuldade de decodificar letras e símbolos.  Nesse filmes vemos todos os sintomas do transtorno: Ishaan confunde letras simples, confunde palavras com grafias parecidas.  Tem dificuldade em seguir múltiplas ordens. Não consegue relacionar tamanho, velocidade e distância. Tem dificuldades para ler, escrever e soletrar. Até o mau comportamento de Ishaan é explicado pelo professor: “Por que dizer ‘Eu não consigo’, se que posso dizer ‘Eu não quero.’”

Esse professor é amoroso, paciente, trabalha as dificuldades de Ishaan e valoriza suas potencialidades.  A história é ambientanda na índia mas será que nossas escolas estão preparadas para lidar com as diferenças? Será que sabemos valorizar as diversas formas de inteligência?

Ninguém nunca viu o verdadeiro problema de Ishaan, comparavam-no com outras crianças e o achavam incapaz. Ninguém prestou atenção às verdadeiras habilidades de Ishaan, sua imaginação, sua criatividade, seu talento para pintura.

No filme o professor Rom Shankar Ninkumbk apresenta para a turma diversos exemplos de pessoas com dislexia importantes na história:  Albert Einstein, Leonardo Da Vinci, Thomas Edson, Pablo Picasso, Walt Disney,  Neil Diamond, Agatha Cristie.

A narrativa tem muitos momentos de música, como uma inserção de vários videoclipes. As músicas sempre corroborando com a história. Algumas dessas cenas são longas, mas não chega a cansar não.

O trabalho dos atores é muito bom, do garoto Darsheel Safary e principalmente de Aamir Khan, o diretor do filme que faz o papel do professor Ninkumbk. Com os olhos cheios de lágrimas, transmite a todos uma emoção mais que verdadeira.

Nós terminamos de assistir o filme nos perguntando quantos Ishaans existem por aí? É um filme cheio de ensinamentos. Obrigatório para pais, professores, psicanalistas, psicólogos e para todos que desejam se tornar alguém melhor através da compreensão do outro.  O filme mostra que toda criança é diferente. Cada uma tem seu ritmo próprio. Cada criança tem habilidades e capacidades únicas.

Assim como as estrelas são únicas.


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Livro: O Homem que Calculava (1938)


Raquel Rocha
Economista, Comunicóloga, Psicanalista e Especialista em Saúde Mental
Membro da Academia de Letras de Itabuna



Do escritor Malba Tahan (heterônimo do professor brasileiro Julio César de Mello e Souza), O romance narra as proezas matemáticas do calculista persa Beremiz Samir na Bagdá do século XIII.
A história é narrada por Hank Tade-Maiá que, viajando de Samarra a Bagdá encontra um outro viajante Beremiz Samir que demonstra fabuloso conhecimento em matemática. Ele calcula tudo, as ovelhas no pasto, as folhas de uma árvore, as estrelas do céu.
Resolvem então viajar juntos enquanto Beremiz conta a Hank sua história e resolve todos os problemas de cálculos que encontram pelo caminho. Chegando em Bagdá, Beremiz rapidamente tornou-se famoso e requisitado e se torna secretário do Grão-vizir (uma espécie de primeiro ministro) Ibrahim Maluf. Torna-se também professor de matemática da jovem Telassim, cujo rosto ele não pode ver, mas mesmo assim se apaixona por ela.

Para conseguir a mão da jovem lhe é proposto um último desafio: decifrar a cor dos olhos de um grupo de escravas de rostos cobertos, apenas ouvindo as suas declarações e duas delas mentiam.
O Homem que calculava foi publicado pela primeira vez em 1938 e já chegou a sua 80ª edição. Sucesso de vendas no Brasil, tendo sido lida por várias gerações de leitores, a obra foi traduzida para o espanhol, o inglês, o italiano, o alemão e o francês. Não é um livro didático, mas como não poderia deixar de ser, é muito recomendado nas escolas de todo o mundo. O autor Júlio César de Melo e Souza publicou ao todo 117 livros até seu falecimento em 1974.


Esse livro utiliza a fantasia e o encantamento das lendas árabes, para mostrar como a matemática pode ser fascinante. Uma matemática sem fórmulas, sem precisar decorar, uma matemática baseada apenas no raciocínio e na lógica. Ao ler O Homem Que Calculava é impossível não ser contagiado pelo amor do autor à matemática.